O combate inteligente ao absenteísmo

Faltas ao trabalho são consideradas normais e até previstas em lei, mas quando repetidas com frequência configuram o problema conhecido como absenteísmo. O termo indica ausências ou atrasos repetidos nos horários do emprego e mesmo a falta de entrega das tarefas previstas no contrato de trabalho.

É importante para as empresas, em especial para a área de Recursos Humanos, monitorar as ausências e procurar entender se são casos isolados ou problemas estruturais a serem avaliados e equacionados de forma adequada, com medidas muito além de meros descontos no salário dos trabalhadores com faltas frequentes.

Continue a leitura para entender o impacto das ausências nas empresas, quais os tipos de faltas e como reduzir o índice de absenteísmo com ações que contribuam com uma cultura corporativa mais saudável e um ambiente de trabalho que valorize o bem-estar dos colaboradores.

O que é absenteísmo?

Absenteísmo refere-se à ausência de colaboradores no trabalho, seja por motivos justificados (como doenças ou licenças) ou injustificados (como faltas sem aviso). Essa prática pode ser ocasional ou recorrente, e suas causas variam de problemas de saúde física e mental a desmotivação ou questões pessoais.

No Brasil, setores como indústria e serviços frequentemente enfrentam taxas de absenteísmo que podem chegar a 6% ao ano, impactando diretamente os resultados das empresas.

Tipos de absenteísmo

Há dois principais tipos de absenteísmo, o voluntário e o involuntário.

O absenteísmo voluntário, também chamado de injustificado, refere-se às faltas não informadas com antecedência e não provocadas por problemas de saúde. Já o absenteísmo involuntário, também conhecido como justificado, acontece quando as ausências são programadas e/ou justificadas por atestados e licenças médicas, incluindo para acompanhamento de filhos.

Outro tipo de absenteísmo se caracteriza quando o colaborador, mesmo presente no local do trabalho, se mostra dispersivo e não executa as funções previstas no contrato. Essa categoria também é chamada presenteísmo e se dá por várias razões, incluindo problemas pessoais.

Todas as empresas enfrentam algum grau de ausências ao trabalho, especialmente aquelas com muitos funcionários. Mas, quando elas se tornam frequentes, a rotina e os resultados das equipes e da própria organização podem sofrer prejuízos significativos.

Diversos fatores podem elevar o índice de absenteísmo, indicando a necessidade de mudanças no ambiente de trabalho. Por isso, é crucial monitorar constantemente esse indicador e adotar estratégias eficazes para reduzir seu impacto.

Os índices aceitáveis

No setor de serviços, estima-se que a taxa média de ausências seja de 5%, enquanto no setor varejista esse índice varie entre 7% e 10%. No mercado em geral, considera-se aceitável um índice até 4%. Essa avaliação pode variar consideravelmente dependendo do segmento de atuação e do porte da organização. Admite-se que empresas maiores podem ter maior capacidade de absorver ausências.

De todo modo, é fundamental que a empresa monitore continuamente as taxas de absenteísmo e investigue suas causas. Identificar padrões e motivos de ausências pode levar à adoção de estratégias eficazes para reduzir o absenteísmo e promover um ambiente de trabalho mais produtivo.

As causas do mau desempenho

Além dos fatores relacionados acima, o mau desempenho dos colaboradores nas empresas pode estar ligado a outros motivos:

 

– Razões pessoais: morte de parentes, divórcio, problemas de saúde de familiares, perda de bens;

– Falta de motivação: por não receber um cargo, uma função ou oportunidades de crescimento esperadas;

– Incompatibilidade com a cultura organizacional: quando os valores do profissional e da empresa não estão alinhados, levando a desmotivação;

– Excesso de carga de trabalho: quando o funcionário recebe uma carga de trabalho excessiva e acaba atingindo altos níveis de estresse psicológico, ou até mesmo burnout, levando a atrasos e faltas frequentes;

– Más condições de trabalho: fatores ligados à ergonomia ou à falta de condições para um melhor desempenho;

– Assédio moral: quando o profissional se sente humilhado diante dos colegas ou chefes e falta ao trabalho para evitar encontros constrangedores;

– Problemas com a liderança ou com a equipe: quando o relacionamento com a liderança ou com os colegas se torna difícil e impacta negativamente a rotina de trabalho.

Melhor prevenir

Cabe ressaltar que, em caso de absenteísmo, a empresa não precisa, necessariamente, demitir o colaborador. Perder um profissional qualificado, em um cenário competitivo, pode gerar prejuízos que vão além do absenteísmo. Diante disso, a prevenção se torna a melhor alternativa e pode incluir algumas iniciativas básicas, como as que seguem:

– Investimento em ergonomia e bem-estar do colaborador, por meio de programas que contribuam para prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

– Oferecer os equipamentos de proteção individual necessários e um mobiliário adequado à altura, peso e atividade exercida pelo funcionário.

– Investimento em benefícios corporativos, como vale-alimentação, planos de saúde completos, parcerias com academias ou programas de bem-estar, como forma de demonstrar cuidado com os colaboradores. Esses incentivos não só melhoram a satisfação, mas também reduzem o estresse financeiro e pessoal, fatores que frequentemente levam ao absenteísmo.

– Valorização do diálogo e da comunicação interna, para que o colaborador se sinta à vontade para relatar os problemas aos líderes.

– A desmotivação é uma causa comum de absenteísmo. Criar uma cultura de reconhecimento, com feedback constante e oportunidades de crescimento, aumenta o engajamento e reduz a vontade de “faltar sem motivo”.

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A ausência frequente de colaboradores não apenas impacta a produtividade, mas também aumenta os custos operacionais e pode afetar o desempenho de toda a equipe. Além de gerar prejuízos, a falta de um colaborador sobrecarrega os demais, o que pode levar a um ciclo de desmotivação e queda na qualidade do trabalho.

Para reduzir ao máximo esse índice, é importante contar com múltiplas estratégias para promover o bem-estar e a satisfação da equipe, incluindo a oferta de um plano de benefícios apropriado, que considere o perfil e as necessidades específicas do colaborador e o ampare em diferentes áreas da vida.

Benefícios como vale-alimentação, vale-refeição, programas de bem-estar e horários flexíveis ajudam a criar um ambiente de trabalho mais saudável, motivador e alinhado com os valores da organização. Empresas que investem em benefícios estratégicos conseguem aumentar o engajamento dos funcionários, reduzir o absenteísmo e melhorar a produtividade.

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